domingo, 4 de novembro de 2012

PIN-UPS X MELINDROSAS

A edição de 2012 do Passeio Fotográfico & Chá das Cinco promovido pelo Picnic Vitoriano São Paulo terá como tema a República Velha. O texto abaixo foca em dois comportamentos femininos que causaram grande furor em suas épocas: as ilustrações de pin-ups e as jovens melindrosas.

PIN-UPs 
Pin-ups ou "as garotas de cartazes" existem pelo menos desde o fim da Era Vitoriana e ilustraram pôsteres da Belle Époque e Era Eduardiana. O termo "Pin-up" foi documentado pela primeira vez em 1941, mas já era usado, ao que se sabe, pelo menos desde 1890. O termo se refere a desenhos, pinturas, ilustrações e fotos de moças sexualmente atraentes em poses sensuais. Estas imagens eram reproduzidas em revistas, jornais, cartões postais, calendários, publicidades diversas e visavam ser “penduradas” (em inglês, “pin-up”) em paredes.
No último trimestre do século XIX, a moralidade vitoriana começou a enfraquecer e estes pôsteres e cartazes se tornaram bastante populares. O homem que pode ter inventado esse tipo de cartaz foi o artista parisiense Jules Chéret.

 

É difícil definir a origem das revistas Pin-up. As ilustrações das "Gibson Girl", de Charles Dana Gibson, embora não sejam consideradas de fato pin-ups, prenunciam as características do gênero, pois eram a personificação da ideal beleza feminina  americana, além de terem suas próprias histórias satíricas, foram tão populares que ilustravam temperos, cinzeiros, toalha de mesa, sombrinhas e etc do final do século XIX.


A atriz belga Camille Clifford idealizava a silhueta ampulheta da época através do tight lacing e foi uma das modelos de Charles Dana Gibson para criar ilustrações. Ao contrário do que muitos pensam a prática de tight lacing não era regra na Era Eduardiana, a cintura de vespa era uma beleza idealizada.

Outro possível criador das revistas Pin-up é o francês Raphael Kirchner, seu trabalho trazia mulheres nuas ou em poses provocativas. Lá por 1890 a maioria dos artistas parisienses estavam fazendo cartazes, talvez o mais famoso de todos seja Toulouse-Lautrec, que inclusive fez o primeiro poster do Moulin Rouge.
Em 1894, a art noveau também tinha seus pôsteres sensuais. Uma das mais famosas imagens Pin-up do começo do século XX, é a September Morning de 1912.


A grande "era das pin-ups" foi entre os anos 1930 e 1950, época de artistas como George Petty, Alberto Vargas, Zoë Mozert, Earl Moran e Gil Elvgren e Earl MacPherson que fazia fotografia de modelos como referência ao seu trabalho de arte, algumas dessas fotos foram publicadas e durante os anos 1940 e 1950, as fotografias ao estilo pin up estiveram no auge. As modelos eram as típicas "vizinhas perfeitas" ou artistas de cinema. Mas a modelo pin-up mais fotogafada dos anos 50 foi Bettie Page (leia sobre elas AQUI). 


MELINDROSAS  
As melindrosas eram moças que na década de 1920 usavam saias "curtas", cabelos na altura das orelhas, ouviam e dançavam provocantemente o Jazz e o Charleston, se maquiavam, bebiam e fumavam em público, dirigiam automóveis, viam o sexo como algo casual. Elas definitivamente desafiavam as convenções! Eram jovens que não viveram a restrita era dos corsets, crinolinas e saias longas. Este comportamento surgiu devido à onda de liberalismo pós 1º Guerra Mundial e à cultura musical da época.

A primeira aparição da palavra e da imagem da melindrosa foi nos Estados Unidos no filme "The Flapper" de 1920, estrelado por Olive Thomas. No decorrer da década, outras atrizes como Clara Bow, Louise Brooks, Colleen Moore e Joan Crawford construíram suas carreiras focando nesta estética. A
palavra em português escolhida como tradução de "flapper" foi "melindrosa", que no dicionário significa "mocinha exagerada nas maneiras e no vestir". As Gibson Girls de 1890 também podem ter inspirado o comportamento das melindrosas, pois eram moças que inspiravam independência e comportamentos fora do padrão. O jazz além de música, dava os momentos excitantes ou divertidos à vida das garotas. As melindrosas trabalhavam, defendiam o direito ao voto e iam contra todos os ideais vitorianos de gênero, trabalho e religião.

O ideal erótico era a androgenia: as melindrosas não usavam espartilhos e eram a favor de corpetes que achatavam os seios e que iam até os quadris,  disfarçando suas curvas. Os seios podiam ser achatados com o sutiã, recém inventado, que era puxável nas costas e por bandagens, dando uma aparência quase infantil em vestidos retos, soltos, sem cintura ou com cintura na altura dos quadris e com comprimento nos joelhos e causavam escândalo quando este aparecia ao dançar. As blusas eram sem alça e deixavam os braços nus. As roupas tinham inspiração na moda francesa, especialmente nas de Coco Chanel.
 


Cabelos curtos à la garconne ou bob, podendo ser lisos ou ondulados eram usados com chapéu cloche, as jóias eram art déco com muitos colares, anéis, broches e óculos de aro de tartaruga.
A maquiagem "pesada" com grandes olhos expressivos pintados de preto e boca carmim em formato de coração, já era usada em 1890 pela atriz francesa Polaire. As melindrosas usavam espelhos portáteis, pó compacto, blush e batons em suas bolsas e retocavam a maquiagem em público. A pele tanto podia ser pálida como bronzeada - que sugeria uma vida de lazer, sem a necessidade de trabalhar.


Os cabelos e saias curtas das melindrosas se tornaram um símbolo da emancipação feminina, do sexo antes do casamento, do controle de natalidade, da possibilidade de se falar palavrão, da competição com os homens no trabalho e na independência financeira. Não haviam mais as cinturas apertadas por espartilhos nem a necessidade de ter um homem pra pagar suas contas.
Apesar de populares, as melindrosas não sobreviveram à queda da bolsa de Nova York em 1929 e aos anos de depressão econômica. Os "anos loucos", a era de felicidade e diversão teve de se adaptar a crise que viria dominar a década de 1930.



quarta-feira, 10 de outubro de 2012

LISTA DE BAZARES BENEFICENTES EM SÃO PAULO

Como muitas pessoas já sabem, alguns trajes usados nos eventos do PVSP são obtidos por meio de customização a partir de peças vendidas em bazares de instituições beneficentes.

DIFERENÇAS ENTRE BAZAR DE LOJA, BRECHÓ E BAZAR BENEFICENTE



[ZONA CENTRAL]
Basílica de Sta Ifigênia: Última quinta-feira do mês. Não recordo o horário, mas abre em horário comercial. 
Igreja de Sta Margarida Maria: Jd da Glória/ Cambuci. Próx. Cemitério.



[ZONA SUL]
Lar do Amor Cristão - Ipiranga: R. Dois de Julho, nº 384 De segunda à sexta das 12h às 15h30. Simples e pequeno. Mas vende umas louças interessantes.
Bazar do IHDI: Rua Almirante Lobo, 608 - Ipiranga - São Paulo
Igreja de Nossa Senhora de Sion: Avenida Gentil de Moura, Alto do Ipiranga ( a uma quadra do metrô) Quartas-feiras à tarde.
Igreja de São José (Ordem de Notre Dame de Sion): Rua Agostinho Gomes, 1941.
Santuário de Santa Edwiges: Estrada das Lágrimas, 910 - Sacomã - São Paulo, SP.
ADERE (Associação para o Desenvolvimento, Educação e Recuperação do Excepcional): Seg. à sex. das 8h30 às 16h30. Rua Contos Gauchescos, 86. V. Sta Catarina (Jabaquara/ Cidade Vargas).


[ZONA NORTE]

Procure as principais paróquias da região: N.S da Expectação e Sant'Ana.
Bazar do Centro Espírita Manoel Bento: Rua Alfredo Pujol, 77.

Paróquia Nossa Senhora Aparecida do Jd São Paulo: Rua Parque Domingos Luís, 273.

[ZONA LESTE]

S. Carlos Barromeu. S. Clara, S. Emídio, S. José do Belém, Santuário da Penha, Catedral de São Miguel Arcanjo... Essas são as principais igrejas da zona leste, tem que ligar, informar-se etc. 
São Carlos Barromeu: Rua do Oratório, prox a Rua do Orfanato. Bazar realizado todas as quintas.

Santo Emídio: Largo da Vila Prudente. 2a terça feira do mês.


[ZONA OESTE]
Bazar Beneficente da Dona Clarice: Rua Prof Aníbal Monteiro Machado, 264 - Rio Pequeno.

Bazar Beneficente da Associação Paulo de Tarso: Avenida Rio Pequeno, 1235 - Rio Pequeno.


E por ai vai, essa é só uma pequena lista...

terça-feira, 9 de outubro de 2012

COMO SE VESTIR AO ESTILO ROARING TWENTIES

A última década da República Velha é a mais fácil para reconstituir e a mais paulista de todas por ser parte da "república café com leite" e o "café= SP".

Primeiro, as damas:

1- FLAPPER

1920's


Os vestidos do período são de cintura baixa formando uma silhueta tubular. O vestido roxo do quadro serve, a cintura dele está um pouco alta, o ideal é que esteja mais baixa. Na ausência de um vestido, pode-se adotar o conjunto blusa + saia, preferencialmente no mesmo tom ou similar.

As saias não precisam ser longas, variam de cobrir os joelhos até a canela. Há muitas saias longas de cintura baixa, opte pelas que não se parecem hippie e sim que deixem um visual mais formal. A última saia use com outra por baixo e terá um visual digno da bolsa (1929). Use sapatilhas, meia-calça grossa, bijouterias e um coque se não quiser cortar os cabelos.


2- ESTILO CHANEL

1920's II

 
As mesmas regras anteriores, saias em tal comprimento formando a tal cintura/ silhueta. Aqui vamos usar tailleur, a blusa, saia e casacos estão em cores divergentes porque não encontrei em tons que combinassem, o ideal é buscar tons similares, parecidos. Há muitas blusas femininas hoje com cintura reta, caso não encontre, roube do namorado/ marido... Saias retas são melhores para esse visual e camisetas estilo navy (marinheiro) são bem-vindas, colar de pérolas também.


3. HOMENS

roaring twenties estilo bom moço


A princípio, são essas peças básica: calça social, camisa branca, gravata e paletó. Cardigãs e pulôveres substituem o colete. Se fizer calor use apenas pulôver ou cardigã, não precisa de paletó.

Cabelos: use gel ou se quiser ser historicamente correto use brilhantina, ainda vende. Chapéu: este do desenho, vende na Vigésima Quinta Avenida. Na lateral esquerda temos o galã da época: Rodolfo Valentino

Essas são adaptações aos trajes dos 20's. Se quiser aprimorar inserindo releituras sob temática subcultural é só manter a silhueta reta da época, mantenha a silhueta.


4. TRAJE ESPORTIVO/ INFORMAL


http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/dd/Sometimes_i_golf.jpg


Nos ambientes informais os homens usavam calças mais curtas, similares às calças capri masculinas que estiveram em voga há uns 10 anos. É só cortar uma calça social na altura da canela. Boina ou chapéu mostrado no quadro anterior completa na cabeça. O resto é só seguir usando pulôver.

sábado, 29 de setembro de 2012

II PASSEIO FOTOGRÁFICO & CHÁ DAS CINCO NA REPÚBLICA VELHA




Como todos sabem, o PVSP promove anualmente seu Passeio Fotográfico & Chá das Cinco. O chá do ano passado foi realizado na casa de pães Maria Louca após passeio no Parque da Independência. 

1. DATA, HORÁRIO E PARTES DO EVENTO:
02 de dezembro, domingo. O evento é dividido em duas partes.


2. PASSEIO FOTOGRÁFICO:
Será realizado às 13h no Largo São Bento e arredores aproveitando a beleza do espaço histórico. O atual prédio do mosteiro de São Bento foi erguido em 1910 e concluído em 1914.
Em caso de chuva, o passeio será realizado após o chá, por volta das 17hrs.
13h Recepção de Convivas
13h30 Abertura e passeio pelos arredores
14h30 Reencontro no Largo São Bento para irmos ao Café Girondino

3. CHÁ DAS CINCO:
Será servido às 15h no Café Girondino, tradicional cafeteria paulistana do início do século XX. Neste link você pode consultar o Cardápio e a História do Café Girondino
Preço: R$45,00 pagos antecipadamente e diretamente ao Café ou com depósito bancário. Mas os interessados devem nos enviar um e-mail picnic_sp@yahoo.com.br confirmando a presença.
O prazo máximo para efetuar o pagamento e garantir seu ingresso é dia 25 de novembro.
Também há a opção de participar do evento pagando apenas o que consumir. Neste caso você também deve nos enviar email confirmando sua presença.

4. ACESSO:



O local do passeio e ponto de encontro é o Largo São Bento abastecido pela estação de metrô São Bento, linha 1 - azul. O café fica na rua Boa Vista, praticamente defronte ao mosteiro.
Quem vier do interior ou dos outros estados é só ingressar na estação Tietê e tomar o metrô sentido Jabaquara e descer na estação São Bento.

5. DRESSCODE:

Como sempre pede-se a adesão obrigatória aos trajes de época e releituras (SteamPunk, Lolita/ Ouji, Romantic Goth e Inspirações). Porém, o recorte que já é amplo está muito mais amplo que em qualquer evento anterior.

Acontece que o tema será República Velha (1889-1930) e primamos que os trajes estejam majoritariamente neste recorte. As outras épocas serão igualmente permitidas, mas o foco será o período republicano. Isto significa que a década vintage mais fácil de reconstituição está disponível unicamente neste evento: os anos 1920!

6. JOGOS HISTÓRICOS:
Jogos de mesa para o Chá, vocês verão na hora!


7. APOIO:
Como vocês podem notar a parte inferior do panfleto contém apenas quatro blogs. São estes os blogs que formam o PVSP porque são os blogs dos organizadores. Outros blogs também estão apoiando, mas optamos por colocar somente os quatro por razões estéticas no panfleto.

Moda de Subculturas
'Stamos Kilts!
Poesia Retrô
Meu ser Desigual


8. PATROCÍNIO
Desta vez o patrocínio de marcas alternativas será para os trajes dos organizadores caso haja necessidade. Entrem em contato conosco.


sexta-feira, 28 de setembro de 2012

REPÚBLICA VELHA: A MODA 1889 - 1930

Tendo em vista que a edição de 2012 do Passeio Fotográfico & Chá das Cinco promovido pelo Picnic Vitoriano São Paulo terá como tema a República Velha, o texto abaixo foca na moda deste período, que vai de 1889 a 1930.

A Moda em 1889 
Específicamente no ano de 1889, na moda feminina, a extensão traseira das saias do Late Victorian começou a diminuir. A silhueta era justa e estreita na frente, se alargando na barra e com um pequeno volume na parte de trás das saias. Junto das saias era comum o uso de jaqueta ajustadas e como acessório, pequenos chapéus sobre os cabelos que eram cacheados e presos em diversos tipos de coques. O bustle acabou por desaparecer naturalmente pois havia outra parte do corpo entrando em voga: os ombros. Se quer saber mais sobre a moda do late victorian, clique AQUI.


Na década de 1880 houveram mudanças de valores, os trajes esportivos entraram em moda especialmente para os homens que de dia usavam roupas práticas para o trabalho: ternos, casaco em curva sobre os quadris com abotoamento no peito, jaquetas curtas para os jovens e calças retas e justas. O fraque com lapelas de seda preta era usado à noite. Como acessórios gravata borboleta, luvas, bengala, além do bigode, barba e dos cabelos curtos ondulados, cobertos pela cartola.

Trajes Esportivos


Com a popularização dos esportes, o homem passou a ter um traje para cada tipo de atividade esportiva, em geral casacos de aspecto militar, calções justos e/ou  curtos com joelhos bufantes usados com meias ou polainas e um calçado de amarração e diferentes, boina ou  pequenos chapéus de feltro.






A Moda nas década de 1890 e 1900
Na década de 1890, a moda inglesa vivia o chamado “Late Victorian”, enquanto que na França dava-se o início da “Belle Epoque”. Eram tempos de ostentação e extravagância. Leia mais sobre estas épocas AQUI.

Na moda feminina inglesa e francesa, houveram estilos variados no decorrer da década, mas basicamente os vestidos eram lisos sobre os quadris, as saias tinham forma de sino ou trombeta e podiam ter cauda. Essa é a época da silhueta ampulheta: ombros bufantes, cintura fina e saias que contornavam o quadril. Os vestidos para o dia tinham gola alta com babado de renda ou laços. As mangas foram justas até 1894 e depois se tornaram bufantes, armadas com almofadinhas. 




Surge o tailleur, composto por saia longa e casaco do mesmo tecido, pois as mulheres estavam entrando no mercado de trabalho. Tendo a bicicleta se tornado extremamente popular, os bloomers reapareceram. Mesmo praticando esportes as mulheres usavam o colarinho das camisas alto e chapéus. 

Sapatos com salto podiam ter amarração frontal assim como as botas, sapatinhos estilo boneca também eram usados em bailes e dentro de casa. Chapéus imensos adornavam as cabeças, enfeitados com penas, flores e usados com coques. Meias calças rendadas eram fundamentais pra esconder as pernas.
Rendas eram usadas em excesso, especialmente nos vestidos noturnos que tinham decotes que expunham colo e ombro usados com luvas compridas.
No fim da década, o peito dos casacos possuía enchimento para simular um busto cheio. As mangas eram imensas e bufantes no antebraço e justas no braço.




1900
Na Inglaterra, o Rei Eduardo chegava ao poder em 1901 e a Belle Époque continuava na França. Na moda feminina o espartilho foi alongado e fazendo o corpo feminino ter uma silhueta em "S", com peito estufado e quadril empurrado pra trás. A saia em formato sino se manteve, mas agora cascatas de renda caíam nos decotes. Durante o dia o corpo ficava todo escondido mas à noite os vestidos tinham decotes e braços cobertos por luvas compridas. Cabelos presos no alto da cabeça com chapéus se projetando pra frente enfeitados com flores, fitas, plumas, boás.




Em 1908, vestidos estilo império (diferentes dos da época de Napoleão) davam ilusão de estreitar os quadris. E os chapéus ficaram maiores fazendo com que os quadris parecessem ainda mais estreitos. Esta foi a época das Gibson Girls que tinham bustos grandes e saias longas e soltas. Os tecidos eram leves, rendas e drapeados em cores claras, estampas com motivos florais e muitas fitas. Boleros eram populares assim como peças em cortes masculinos.



A moda masculina das décadas de 1890 e 1900 pouco mudou desde o Late Victorian. Estava cada vez mais informal e exigia que o tronco devia ter uma aparência alongada e atlética.
Ternos de sarja e tweed, eram usados com coletes coloridos, as calças eram folgadas em cima e com as pernas afuniladas, os jovens dobravam a bainha, o que causava certo furor. Gravatas eram ajustadas de diversas formas e os colarinhos da camisa eram altos e engomados.




O terno de três peças constituía-se de casaco largo e colete combinando, usado com calças em uma cor contrastante. Blazer, um casaco de flanela azul marinho ou um casaco e camisa em cores listradas eram usados para praticar esportes e atividades informais.



 

Como traje noturno formal era usado um casaco em cor escura e calças com um colete escuro ou claro. O smoking era uma peça pra um jantar informal em casa ou em um clube masculino, normalmente tinha a gola em seda ou cetim. A peça tinha um único botão e era usado com uma camisa branca adornada com gravata borboleta.




Os cabelos eram cabelos curtos e podia-se ter barbas pontudas e bigodes. Sapatos como ankle boots (chegavam até o tornozelo) com biqueira, sapatos de amarração em preto, cinza ou marrom eram para uso diário. Em ocasiões formais eram usadas botas com a parte superior branca e botões laterais. Surge nesta época o sapato em estilo oxford. Cartolas e chapéus coco eram usados com terno e chapéus de palha em ocasiões informais. Chapéus de feltro, relógio de bolso, luvas, bengalas.  A gravata Ascot se popularizou.



 


A Moda na década de 1910
Na década de 1910 os corsets foram banidos,
o estilo "império" para os vestidos, permaneceu. Houve uma febre de inspiração em Sherazade e no oriente médio, fazendo as saias ficaram estreitas, se afunilando na barra. Um pouco antes da guerra, sobre a saia comprida e justa nos tornozelos, usava-se outra saia, como uma túnica, logo abaixo dos joelhos.


 

Com a 1º Guerra Mundial, as extravagâncias foram banidas e as roupas deveriam ser práticas, simples e sérias, em tecidos baratos, resistentes e duráveis. A mulher passa a trabalhar, usam-se uniformes, as roupas passam a ser um pouco como conhecemos hoje. A Guerra abafou a moda e não aconteceu nenhuma mudança durante os anos em que se seguiram (1914-1918).
Em 1919, as saias amplas foram substituídas por uma saia em formato de "barril", a tentativa era dar ao corpo feminino um formato de cilíndrico, mas esta moda durou pouco.


Leia também: 100 anos de Titanic - A Moda de 1912

A moda masculina não mudou muito da década anterior, os ternos de três peças constituídos por um casaco saco combinando com o colete de abotoamento simples e calças. O colete poderia contrastar com as calças, estas eram na altura do tornozelo e vincadas, o espaço entre o sapato e as calças era preenchido com polainas.  Ama camisa com gola quebrada foi comum nas décadas de 1900 e 1910m, usadas com gravata borboleta. Gravatas comuns e laço ascot também eram usados formalmente.


À noite, fraque com calças risca de giz e coletes escuros ou claros, camisas com gola quebrada. O smoking podia ter lapelas de seda ou cetim e fechamento simples, usado com uma camisa branca e gravata escura.

Para ocasiões esportivas, blazer azul marinho ou casaco de flanela em cores vivas ou listrados. A jaqueta Norfolk (possui um cinto de tecido na cintura) era usada para fotografar, para atividades ao ar livre e poderiam ser usadas com calças knickerbockers (bufantes nos joelhos) para andar de bicicleta ou praticar golfe junto com meias  na altura dos joelhos meias e sapatos baixos, ou com botas ou sapatos resistentes com polainas de couro para atividades de caça.

Os cabelos eram curtos, bigodes grandes e enrolados. A corrente do relógio deveria aparecer sobre o colete, uma variedade de chapéus foi usada: cartolas formalmente, chapéus de feltro ou chapéus-coco, chapéus de palha e chapéus panamá nas mais diversas ocasiões.





A Moda na década de 1920
Os vestidos femininos dos anos 1920 de uso diário não eram curtos, variavam entre a altura dos joelhos e da batata da perna. O ideal erótico era a androgenia, as moças disfarçavam suas curvas em vestidos retos, soltos e eram chamadas de "melindrosas", causando escândalo quando o joelho aparecia ao dançar o jazz ou o Charleston. Nos cabelos, o corte à la garçonne era curtinho, liso, evidenciando a forma da cabeça, os lábios eram carmim em formato de coração, os olhos pintados de preto e as sobrancelhas raspadas e redesenhadas com lápis. As mulheres fumavam em longas piteiras, bebiam e retocavam a maquiagem em público, ações antes inaceitáveis. O chapéu cloche, era uma febre e impossível de se adequar à cabelos compridos, já que para ser bem vestido ele precisava se encaixar na cabeça e cobrir a testa. Cobrir a testa com chapéus, lenços ou franjas era obrigatório, testa aparente estava fora de moda nos anos 1920.
As roupas desta década eram coloridas, brilhantes, de tecidos leves, com texturas e padrões, muito disso se perde nas fotografias em preto e branco da época.
 

Os vestidos curtos se limitavam ao uso noturno e chegavam no máximo até abaixo do joelho, cerca de 45 a 50cm acima do chão, mas essa moda foi breve, durou entre 1926 e 1928. Para à noite, as saias traziam uma sobre-saia de gaze mais comprida ou eram mais compridas atrás do que na frente, em tecidos como lamê, renda do tom de ouro velho ou musseline de seda preta.


As meias e os calçados assumiram destaque, já que agora eram bastante visíveis. Os calçados eram variados: com bicos arredondados, saltos, fivelas, laços, Mary Janes com tiras no tornozelo...
Em 1929, bainhas assimétricas ajudaram a fazer com que o comprimento das saias voltassem a ser mais longos. A estilista Coco Chanel ousa usando calças ao estilo pantalona. À medida que a década de 1920 foi chegando ao fim, as saias foram gradativamente voltando a ser compridas e a cintura retornou ao lugar certo. O chapéu cloche foi deixado de lado, os cabelos cresceram e as mangas compridas retornaram. 

Leia também: Anos 1920/30: Cinema, Musas e Vamps

Na moda masculina houve dois períodos distintos. No começo da década, os homens usavam terno curto, casaco saco; a moda era influenciada pelos uniformes militares da 1º Guerra, com calças retas, estreitas e curtas mostrando as meias. Fraques eram usados em ocasiões formais. Em 1925, calças mais amplas entraram na moda, os paletós voltaram a ter cintura no lugar e as lapelas se tornaram maiores.


O homem da década de 1920 abandonou as roupas excessivamente formais em troca de peças mais esportivas (o terno do homem atual é baseado no terno do homem dessa época). As camisas do traje a rigor tinham punhos independentes de linho engomado, com abotoaduras de madrepérola. Sobre a camisa: peitilho de linho engomado.

Para a noite, o smoking garantia o ar discreto em tons de azul ou cinza escuro, meias e gravata combinando e  um lenço branco no bolso esquerdo do paletó.
Os homens andavam sempre bem barbeados, com cabelos curtos e penteados para trás. Bigodes curtos e rigorosamente aparados. Botinas, gravatas coloridas chapéus arredondados. 



Os cidadãos de classe alta geralmente usam cartola, os de classe média ou usavam fedora ou um chapéu de feltro e o chapéu de palha era popular no verão, os homens da classe trabalhadora usavam um boné "newsboy" ou nenhum chapéu.



Texto e pesquisa de imagens de Sana Skull (blog Moda de Subculturas)

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